Na claustrofóbica noite a lua eleva-se prateada.
As nuvens dançam ao seu redor, coroando-a, cintilando seu magnetismo e atormentando cada milímetro das minhas veias enegrecidas pelo tempo e seus males.
Poetas recitam versos românticos e apaixonados, compositores fazem canções enaltecendo sua beleza e graça, artistas pincelam sua nobreza e soberania. Por mim é condenada a reinar solitária, esquecida e atemporal, desprovida de luz, consumida por seu próprio reflexo.
A tempestade queima minha alma, reacendendo antigas memórias, e meu corpo inanimado envenena-se com paixões cruéis e violentas.
Você não está aqui, a única que poderia saciar minha sede, brindando-me com seu sangue turbulento, vivo, quente. Mas seus olhos vermelhos, com luxúria contida e uma discrição cínica que sempre ousaram manter, ignoram minhas súplicas. Como uma reza voluptuosa, quase sacrossanta, implorando por saciedade. Castigando justamente aquele que a presenteou com a eternidade e ímpios prazeres.
A fome por retaliação é visceral e excita meu ego há muito adormecido. Serei seu eterno amante, pois, a mim pertencem o amor e a vingança e a farei conhecê-los em sua plenitude, proporcionando todas as sensações que, num momento de loucura, atrevi-me a poupá-la. Pagaremos juntos o preço por nossos pecados; o meu por ceder ao ímpeto, o seu por negar-se a vivê-los.
O silêncio será o nosso cárcere, intenso e duradouro, condenando ambos ao desatino. Duas psiques transtornadas, culpadas, mortalmente sedentas por emoções extintas. Nesse mundo, racional e febril, serei o único a saborear nossos delitos e deles extrairei o absoluto prazer da verdade.
DarkMoon
As nuvens dançam ao seu redor, coroando-a, cintilando seu magnetismo e atormentando cada milímetro das minhas veias enegrecidas pelo tempo e seus males.
Poetas recitam versos românticos e apaixonados, compositores fazem canções enaltecendo sua beleza e graça, artistas pincelam sua nobreza e soberania. Por mim é condenada a reinar solitária, esquecida e atemporal, desprovida de luz, consumida por seu próprio reflexo.
A tempestade queima minha alma, reacendendo antigas memórias, e meu corpo inanimado envenena-se com paixões cruéis e violentas.
Você não está aqui, a única que poderia saciar minha sede, brindando-me com seu sangue turbulento, vivo, quente. Mas seus olhos vermelhos, com luxúria contida e uma discrição cínica que sempre ousaram manter, ignoram minhas súplicas. Como uma reza voluptuosa, quase sacrossanta, implorando por saciedade. Castigando justamente aquele que a presenteou com a eternidade e ímpios prazeres.
A fome por retaliação é visceral e excita meu ego há muito adormecido. Serei seu eterno amante, pois, a mim pertencem o amor e a vingança e a farei conhecê-los em sua plenitude, proporcionando todas as sensações que, num momento de loucura, atrevi-me a poupá-la. Pagaremos juntos o preço por nossos pecados; o meu por ceder ao ímpeto, o seu por negar-se a vivê-los.
O silêncio será o nosso cárcere, intenso e duradouro, condenando ambos ao desatino. Duas psiques transtornadas, culpadas, mortalmente sedentas por emoções extintas. Nesse mundo, racional e febril, serei o único a saborear nossos delitos e deles extrairei o absoluto prazer da verdade.
DarkMoon
... bonito. um choque da realidade de um inferno entre as trevas. parabéns mais uma vez.
ResponderExcluiras trevas adquirem sua força na fútil tentativa de negação si mesmo, uma doce e amarga luta na eternidade de nossas contradições.
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